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Sou casado, pai, cristão protestante. Formado em Pedagogia pela Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS, em Pouso Alegre, Pós-Graduado em Psicopedagogia Institucional pela Faculdade de Administração e Informática - FAI, em Santa Rita do Sapucaí, e Especializado em Políticas Públicas pela UFSC, em Florianópolis.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Que tipo de filho é você?

Dia dos Pais se aproximando, o apelo da mídia voltado apenas para presentes e comilanças, e eu aqui pensando como abordar a importância desta data de uma maneira menos piegas e mais sensata.
Então me deparo com o texto de Lucas 15.11-32, a conhecidíssima passagem da Bíblia que apresenta a parábola do filho pródigo, e decido abordar o tema do ponto de vista de nossas atitudes e escolhas como filhos, seja do Pai Eterno, ou de nossos pais terrenos.
Amor de pai (e de mãe) é incondicional. Eles nos amam, muito, e pronto. Isso não muda. Porém nós, filhos, muitas vezes agimos de maneira inconveniente, não respeitamos os sentimentos de nossos pais, suas experiências, seus esforços, seu amor, e assumimos certos riscos e certas posturas que com certeza os entristece, em nome da liberdade ou de uma fase de nossas vidas.
Ao relembrar a parábola do filho pródigo, aquela em que o filho mais novo, querendo “curtir a vida adoidado”, solicita ao seu pai, dono de muitas posses, que lhe entregue sua parte da herança ainda em vida, me vem a cabeça a atitude dos dois filhos daquele homem, o mais novo que debandou e o mais velho que ficou, amargo e calado, na casa do pai.
Aquele senhor, possivelmente triste com a falta de sabedoria do filho mais moço, com o desejo deste em partir para terras distantes e aproveitar os deleites dos bens materiais e das coisas vãs, ainda assim não relutou e realizou seu desejo, sua vontade, vendendo parte dos bens e concedendo a parte cabível àquele filho para que ele pudesse partir.
Este filho então, ajunta suas coisas, e parte para este “mundão véio sem porteira”, em busca de fantasias, curtições, e aproveita estes momentos de felicidade momentânea e passageira, até que seu dinheiro acaba, e por se tratar de um tempo difícil e de crise econômica naquelas terras, este vem a passar por grande necessidade e fome.
Enquanto isso, o outro filho, mais velho, continua na labuta diária, trabalhando nas propriedades do pai, cuidando de seus negócios, suando a camisa, e possivelmente ainda amargo porque o irmão estava a curtir a vida por aí com a grana do pai.
Em um dado momento, o filho mais moço, percebe o tamanho da provação e dificuldade que estava passando, tendo que se alimentar inclusive com a ração que era servida aos porcos, isto tudo por conta de suas próprias escolhas. Ele então cai na real, cai em si, e lembra que se não tivesse realizado aquelas péssimas escolhas, ainda poderia estar na casa de seu pai, passando muito bem, pois lá até mesmo os empregados podiam se fartar com pratos deliciosos, e usar boas vestimentas. Então ele decide: É HORA DE VOLTAR E PEDIR PERDÃO A MEU PAI, E VER SE ELE ME DEIXA FICAR NUM CANTINHO, NEM QUE SEJA COMO SE FOSSE UM EMPREGADO.
Os dias se passavam na mesma “rotina” normal para o outro filho, mais velho: acordar, trabalhar, cuidar dos negócios do pai, alimentar-se fartamente nos horários, e outras atividades diárias como qualquer um de nós que leva a vida regrada e organizada.
Então, um belo dia, aquele pai, a olhar para o horizonte, na “porteira” de sua propriedade, avista um jovem distante, bem magro, de cabeça baixa, vindo em sua direção, e como só um pai (ou mãe) pode fazer, reconhece aquele filho mais novo que um dia partiu, e andando o mais rápido possível que sua idade e saúde permitem, vai à direção daquele jovem não tão jovem mais, um adulto, amadurecido físico, mental e emocionalmente pelo sofrimento e cabeçadas dadas. Ele abraça seu filho como se tivesse resgatado-o da morte. Que alegria daquele homem, ver um filho que pensou nunca mais encontrar, ali na sua frente, são e salvo, pedindo seu perdão e que fosse tratado pelo menos como os empregados eram tratados.
Mas o pai, este nem escutou, mandou os empregados saírem correndo e providenciarem roupas, anel, sandália, tudo do bom e do melhor, porque aquele filho que ele pensava estar morto retornou. Uma festa com comida e bebida e música e dança também foi organizada pelo velho homem. Familiares e amigos passaram o dia e a noite a regozijar a volta daquele jovem e a alegria do velho homem.
Eis que no final da tarde, o outro filho, mais velho, retorna do trabalho e ao aproximar de sua casa, ouve música, risos, vê aquela movimentação fora do normal, e segue até a porta e pergunta a um dos empregados o que estava acontecendo. Este responde que aquilo era para comemorar o retorno de seu irmão que havia voltado de outras terras e reconciliado com o pai.
Com certeza a amargura de dias, meses, anos, concentrada naquele filho, afloraram e vieram à tona como lava de vulcão. O pai, sábio, conhecedor do comportamento e do gênio dos filhos, saiu e foi atrás dizendo para que ele entrasse e participasse da festa de retorno do irmão. Mas a amargura a este ponto era intensa, irreversível, e ele se voltou contra o pai acusando-o de nunca ter lhe dado nada, nem um pequeno animal para assar com os amigos, sendo que ele tinha sido responsável e ficado ao lado do pai trabalhando e cuidando das coisas.
E o pai lança uma resposta que deixaria o filho sem palavras... VOCÊ ESTAVA COMIGO SEMPRE E TUDO QUE É MEU É SEU, MAS ERA NECESSÁRIO E JUSTO COMEMORAR A VOLTA DESTE SEU IRMÃO QUE ESTAVA MORTO E REVIVEU, ESTAVA PERDIDO E FOI ACHADO.
A pergunta que fica é a seguinte: que tipo de filho você tem sido? Que tipo de filho eu tenho sido? Aquele que aprende por amor ou pela dor? Aquele que escuta a voz dos mais experientes ou aquele que segue seus instintos? Aquele amargurado pelo que gostaria de ter ou agradecido pelo que possui?
Nesse dia dos pais, mais do que um presente ou um almoço ou jantar especial, dê amor ao seu pai e demonstre gratidão por tudo que ele já fez por você. E falando especificamente em relação ao nosso Pai Eterno, cultive um relacionamento com Aquele que deu a maior prova de amor já vista, enviando seu filho único para morrer por você, por mim, nos possibilitando uma nova chance através da cruz de Cristo.
Feliz dia dos pais a todos os papais leitores deste blog, em especial ao meu pai. Ótima semana, a gente se fala...